Clóvis
Coutinho da Mota nasceu em Campina Grande (PB) no dia 21 de
junho de 1928, filho de João Francisco da Mota e de Severina Coutinho da Mota.
Seu irmão Álvaro Mota foi deputado federal pelo Rio Grande do Norte entre 1968
e 1969 e 1970 e 1971.
Formou-se
em 1951 pela Escola de Engenharia de Recife.
Em
outubro de 1954, elegeu-se deputado estadual pelo Rio Grande do Norte na
legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), assumindo o mandato em
fevereiro de 1955. Nesse ano foi escolhido segundo-secretário da Assembléia
Legislativa, função que exerceu até o ano seguinte. Em 1956, licenciou-se do
Legislativo e assumiu a presidência da Federação das Indústrias do Rio Grande
do Norte. No ano seguinte formou-se em direito pela Universidade de Alagoas.
Em
1958 deixou a presidência da Federação das Indústrias e em outubro desse ano
elegeu-se deputado federal pelo Rio Grande do Norte, na legenda do PTB. Assumiu
o mandato em fevereiro de 1959 e, desde então, aproximou-se da Frente
Parlamentar Nacionalista (FPN), formada em 1956 por deputados do PTB, Partido
Social Democrático (PSD), Partido Socialista Brasileiro (PSB) e União
Democrática Nacional (UDN). Com atuação na Câmara dos Deputados, a FPN
dispunha-se a viabilizar uma plataforma nacionalista voltada contra a
intervenção do capital estrangeiro na economia nacional, sobretudo no
setor energético, e a remessa indisciplinada de lucros para o exterior.
Clóvis
Mota apoiou o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961), especialmente quanto
à transferência da capital federal para Brasília. Também foi favorável à
política externa adotada pelo presidente Jânio Quadros (1961), de
reconhecimento da Revolução Cubana e de defesa de relações plenas com os países
socialistas. Em março de 1961 assumiu a vice-liderança do PTB na Câmara.
Presidencialista, votou contra a Emenda Constitucional nº 4, que em setembro
implantou o parlamentarismo no país como solução para o veto de setores
militares à posse do vice-presidente João Goulart, após a renúncia do
presidente Jânio Quadros (25/8/1961). Foi favorável ao reatamento das relações
diplomáticas e comerciais com a União Soviética, rompidas em 1947 e reatadas em
novembro de 1961, já no governo de João Goulart (1961-1964). Foi
vice-presidente da Comissão de Orçamento no ano seguinte.
Em
outubro de 1962, reelegeu-se deputado federal na legenda da Cruzada da
Esperança, coligação constituída pelo PSD e o Partido Democrata Cristão (PDC).
No ano seguinte, foi eleito vice-presidente da Câmara. Em 1964 recandidatou-se
a esse cargo, mas não obteve êxito.
Conforme
o Correio Brasiliense em edição de agosto de 1964, era adepto do
intervencionismo econômico, corretivo e supletivo da iniciativa privada, e
apoiou o monopólio estatal do petróleo, dos minérios atômicos, da eletricidade,
das telecomunicações e dos transportes ferroviários e de cabotagem marítima.
Sustentou a extensão do monopólio estatal ao refino e distribuição do petróleo,
aos seguros de trabalho, ao transporte aéreo, bem como a nacionalização dos
bancos de depósito e das indústrias petroquímica, cinematográfica e
farmacêutica.
Defendeu
as reformas agrária e urbana, mediante alteração constitucional que permitisse
a desapropriação em títulos da dívida pública, e a reforma eleitoral, dando
direito de voto aos analfabetos e praças de pré e propiciando a elegibilidade
de todos os eleitores. Embora cooperativista, admitia experiências coletivas
voluntárias quanto à reforma agrária. Em primeiro lugar, a terra para os
lavradores, seguindo-se imediatamente a assistência creditícia, sanitária,
educacional e técnica, bem como a eletrificação rural, garantias de preços
mínimos, ensilagem e transportes. Ainda nessa legislatura, votou a favor do
substitutivo Celso Brant, aprovado pela Câmara em 1962, e do projeto do
deputado petebista Sérgio Magalhães disciplinando a remessa de lucros para o
exterior. Foi vice-presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Tomada
de Contas em 1964.
Após
a vitória do movimento político-militar de 31 de março de 1964, que derrubou o
presidente João Goulart, a extinção dos partidos políticos pelo Ato
Institucional nº 2 (27/10/1965) e a instauração do bipartidarismo, filiou-se à
Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido de apoio ao regime militar. Em
março de 1966, licenciou-se da Câmara em virtude da sua eleição pelo Colégio
Eleitoral do Rio Grande do Norte para o cargo de vice-governador do estado,
durante a gestão do monsenhor Valfredo Gurgel (1966-1971).
Em
novembro de 1970, candidatou-se a deputado federal na legenda da Arena, mas
obteve apenas uma suplência, não chegando a assumir nova cadeira na Câmara.
Durante a administração do governador José Cortez Pereira (1971-1975), foi
representante do governo do Rio Grande do Norte em São Paulo, aí permanecendo
até 1975.
Afastado
da vida pública, em 1976 assumiu o cargo de diretor da J. Mota Indústria e
Comércio, empresa familiar.
Faleceu
em São Paulo no dia 9 de janeiro de 1979.
Era
casado com Maria de Lurdes Meireles da Mota, com quem teve dois filhos
FONTE – FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
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